É com grande pena que não estarei presente e aguardo pela publicação on- line da Revista LH onde espero aceder aos mais diversos textos apresentados nos encontros de dia 15 e 16 na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (no Cubo).
“Desenhar é um registo directo da percepção visual e uma investigação da realidade visual percebida, feita “quase” ao mesmo tempo que a própria percepção visual. É uma forma específica de comunicação que contorna a verbalização.
Desenhar mobiliza numa linguagem visual a inteligência conceptual bem como a sensibilidade de uma maneira que cria processos comunicativos que integrando o pensamento lógico/dedutivo se expande também para as áreas do pensamento sensível e intuitivo. “
É uma revista editada em português e inglês, ou inglês e o idioma materno do seu autor, sendo os artigos publicados sujeitos à apreciação do Conselho Editorial, tendo uma edição bi-anual, e um Conselho Editorial internacional (Portugal, Inglaterra, Espanha Itália) , composto por investigadores ligados aos processos e práticas do Desenho.
Dos dois números publicados anualmente, um deles será temático e o outro acompanhará os encontros “O Desenho em Questão/Drawing in Question”, publicando as conferencias nele apresentadas.»
linha do horizonte | Ana Leonor Madeira Rodrigues | FAUL
Um crochet que não domino
Eu risco e procuro - na
alienação do momento - espaços, formas, coisas… o tudo e nada que a linha, «doodleando»,
pode criar dentro e fora dos limites do suporte.
Procuro e
desprezo;
Procuro e
encontro;
Procuro e ligo.
A linha e a
palavra formam um todo -comunicante- que se entretece e estilhaça e há certamente uma ordem em tudo o que faço
quando balbucio um palavreado divisionista. Os trabalhos especulam sobre si próprios e situam-se na
redundância da desconstrução ou fragmentação de uma forma, palavra ou letra.
Os elementos apresentam uma geometria que parece natural e expandem-se, ramificando
sem fadiga. Tudo ocorre numa
atitude imediata e experimental onde a força e tensão determinam as direções
e potenciam o sentido. Nestes
desenhos, faço um «crochet», que não domino, com linhas e fios que são
corpóreos e deambulantes. Teço redes cujas tramas consistem em aberturas e
desfasamentos pelo que desenvolvem,
por vezes, uma imagética enganadora e anunciadora de dilemas existenciais.
Alexandra Baptista, In O Desenho em questão IV, FAUL, 2015
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Nasci em 67 e frequentei a
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa onde estudei Artes plásticas
/Pintura. Sou professora de artes visuais desde que descobri essa vocação. Em 1995
- em Lisboa- comecei a lecionar e em 1998 deixei-me «ir» aos Açores onde, por
paixão, resido desde então.
Não me prendo ao mercado nem às
galerias e vou até onde a preguiça me deixa. Como não tricoto e não sou
crocheteira é no desenho que me enlaço hasteando-o como uma bandeira.
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©Alexª 2015
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